quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

DÉCADA DE 90 FOI MARCADA POR REVELAR JOGADORES

Década de 90 foi marcada por revelações na Pantera
Fábio Velame

                       Vice-campeonato mineiro de 1991 está marcado na história do Democrata

A década de 90 foi um período onde o Democrata conquistou bons resultados dentro de campo. O vice-campeonato mineiro em 1991 e o tetracampeonato do interior, levaram o Democrata a ter uma supremacia entre os times do interior. Alguns jogadores surgiram nessa época e ajudaram na construção dessa história vitoriosa.
Marcelo Alves, 43 anos, natural de Caratinga, é hoje cafeicultor e empresário no ramo de lanchonetes. Mora atualmente em sua cidade natal. Marcelo fez parte do time vice-campeão mineiro de 1991 e jogou no Democrata até 1995, quando conseguiu uma transferência para o Botafogo, onde conquistou alguns títulos como o Campeonato Brasileiro de 1995, Torneio Teresa Herrera na Espanha em cima da Juventus da Itália, Campeonato Carioca de 1997 e o Torneio Rio-São Paulo de 1998. Marcelo ainda passou por Joinville (SC), ABC de Natal (RN), Brasiliense (DF), Sampaio Corrêa (MA), e no Olaria (RJ) encerrou a carreira em 2003.
“O Democrata foi um time onde eu cresci e aprendi muito. Fiz parte de um grupo que marcou muito, uma geração onde tinha Gilmar, Parreira, Walmir, Baiano, Chiquinho, entre outros. Entrei na equipe por acaso, devido alguns jogadores não terem condições de jogo. Eu fui escolhido pra substituir o Quirino que chegava do Cruzeiro. Logo na estreia do Campeonato Mineiro de 1991, fiz um belo gol contra o Atlético. Fizemos uma ótima campanha e chegamos ao vice-campeonato, foi um ano memorável. Em 1995, depois do confronto contra o Vitória da Bahia pela Copa do Brasil, o empresário Léo Rabello adquiriu meu passe e me repassou ao Botafogo”, disse Marcelo, que também destacou a torcida: “A torcida é apaixonante! Recentemente fui no jogo de estreia do Campeonato Mineiro do Democrata contra o Cruzeiro e a torcida continua maravilhosa. Deu até vontade de estar em campo. Só tenho a agradecer todo carinho que sempre tiveram comigo”.
                                       Marcelo Alves campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995

Walber Teixeira Cotta, 39 anos, nasceu em Governador Valadares e atualmente mora na cidade. Hoje ele é formado em Educação Física, é funcionário efetivo na Secretaria de Esportes de Valadares e trabalha com futsal na Praça de Esportes com crianças, além de ter uma academia no Centro de Valadares. Walber chegou a Pantera em 1993 vindo do Coopevale. Jogou no Democrata até 1998, quando foi vendido para o Acadêmica de Coimbra, de Portugal. Passou ainda pelo América de Natal (RN), Santa Cruz (PE), União Barbarense (SP), XV de Piracicaba (SP), Rio Branco de Andradas (MG), Ipatinga (MG), Valério (MG) e Uberaba (MG). Walber encerrou a carreira em 2005 atuando pelo Democrata e fez parte do elenco na campanha do título do Módulo II daquele ano.
“O Democrata representa uma das melhores fases da minha vida profissional. Foi onde tudo começou. Fomos duas vezes vice-campeões mineiro de juniores, sendo que uma vez a Federação Mineira de Futebol nos tirou o título. Já no profissional, em 1998, foi a época que mais me marcou. Fizemos um grande campeonato mineiro mas fomos desclassificados pelo América Mineiro na ocasião. O árbitro do jogo, Antonio Willian prejudicou o nosso time não marcando de forma absurda, um pênalti claro em cima do Roniê. Houve muito choro nas arquibancadas e vestiário do Mamudão. A escalação do time de 1998 lembro muito bem: Rondinelli; Nelsinho, Walmir, Gilbert e Ricardo; Éder Lopes, Toninho Pereira, Walber e Careca; Jackson e Roniê. Ainda no elenco tinha os nomes de Rony, Elizeu, Dinho, entre outros”. Walber falou sobre a importância do Democrata reativar a categoria de base. “Gostaria de ver o Democrata retornar com a categoria de base, para que os jovens da cidade e região pudessem ter uma oportunidade de jogar profissionalmente, como acontecia antes. Em 1996 e 1997, mesmo sem muitos recursos, a equipe do Democrata foi formada com 90% de jogadores revelados no clube. Foi aí que surgiram jogadores como Fábio Júnior, Tico Mineiro, Roniê, Walber, Rondinelli e Rony”.
                        Walber encerrou a carreira no Democrata conquistando o Módulo II em 2005

Dilmar dos Santos Machado, mais conhecido como Tico Mineiro, foi outro nome que surgiu no Democrata. Natural de Belmonte, município da Bahia, Tico veio para o Democrata em 1993, através do ex-jogador do clube, Borges. Ficou na Pantera até 1996. Depois disso passou por vários clubes como Desportiva (ES), Alverca de Portugal, Botafogo (RJ), Rio Branco (ES), Criciúma (SC), Portuguesa Santista (SP), Chunnam Dragons (Coréia do Sul),
Ituano (SP), Corinthians Alagoano (AL), ASA (AL), CRB (AL), Caldense (MG), Santo André (SP), CRAC (GO), Bacabal (MA) e Sampaio Corrêa (MA).  Tico Mineiro encerrou a carreira em 2011 no CSA (AL). Hoje com 40 anos de idade, Tico reside em Governador Valadares, é autônomo, além de representantar o atacante Rodrigão, atualmente no elenco do Democrata.
“Eu agradeço a Deus pelo Democrata todos os dias, pois é um clube que eu amo. Um dos momentos mais marcantes pra mim, foi o gol que eu fiz em 1996 contra o Cruzeiro, no Mamudão, apesar da derrota no jogo. Recebi um lançamento, ganhei na velocidade do zagueiro Vanderci, driblei o goleiro Harlei e fiz o gol. No campeonato mineiro daquele ano fiz oito gols. Foi um ano especial, porque foi ali que as portas se abriram ainda mais para minha carreira”, comentou Tico, que ainda destacou: “A cidade tem que abraçar a equipe e o valadarense tem que torcer para o Democrata, independente se for contra Cruzeiro, Atlético, ou qualquer outro clube. Sei que cada um tem um clube de coração, mas quando alguma equipe vier enfrentar o Democrata no Mamudão a torcida tem que ser pelo Democrata. O clube representa Valadares e tem grande importância no Estado de Minas Gerais”.


                                Tico Mineiro passou pela Pantera no início de carreira

O atacante Fábio Júnior, 37 anos, natural de São Pedro do Avaí, distrito de Manhuaçu,  já atuou por Seleção Brasileira, Cruzeiro, Atlético, Roma (Itália), Bochum (Alemanha), entre tantos outros times. Ele foi revelado pelo Democrata na década de 90. Atualmente é jogador do Guarani de Divinópolis. Fábio Júnior deixou seu recado: “O Democrata sem sombra de dúvida foi meu alicerce, foi o clube que acreditou em mim desde o início. Foi o clube onde eu fiz toda minha base e é um clube que eu tenho um carinho gigantesco. Tenho plena consciência que se não fosse pelo Democrata, eu não teria chegado onde cheguei e conquistado tudo que conquistei. Fico feliz em ver o clube onde nunca deveria ter saído, na 1ª divisão do mineiro. Fico feliz por ter pessoas que eu admiro e gosto muito, trabalhando ainda por lá. O “Parceirinho” que cuida do gramado e a tia “Nininha”, que me faz lembrar daquela comida feita com tanto carinho. Gostaria de parabenizar o Democrata nesta data tão especial e lembrar também da torcida que nunca abandonou o clube mesmo em momentos difíceis. Podem ter certeza que sou uma pessoa que torce muito para o sucesso do clube”, disse.
                                                  Fábio Júnior, do Democrata para o Cruzeiro

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